Série: Petiscos de Espiritualidade
Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz,
e teve a seu filho primogênito; envolveu-o em faixas e
e teve a seu filho primogênito; envolveu-o em faixas e
o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.
Lucas 2.6-7
Lucas 2.6-7
Querida Igreja,
Pensei em uma pergunta introdutória para o texto desta semana. Não consegui. Então, passo a narrar. Era noite. Bem noitinha. Lá estavam Maria, José e a criança. A criança chorava. Um choro de fome. José e Maria entreolhavam-se. Sabiam que aquela criança era diferente. Ouviram, do próprio Anjo, ser a criança o “Filho de Deus” (Lucas 1.35), Deus mesmo conosco, o Emanuel (Mateus 1.23). A criança faminta chorava ainda mais forte. O que fazer quando o próprio Deus chora? Como responder à interpelação do Deus Menino? Maria pega a criança em seus braços. Tomada por amor e instinto maternos, a acaricia como que tentando relaxá-la. Uma forma de adiar o inevitável. O inevitável? Sim. Então Maria olha para a criança e, como mãe, beija-lhe a face. Logo após, toma um dos seios e o oferece ao Deus Menino. Segundo Rubem Alves, ela deve ter-lhe dito: “Menino, o que tenho isso lhe dou. Eis o meu seio, sugue-o. Eis o meu leite, beba e viva.” Opa! Então, lá no primeiro Natal ocorrido em Belém, a primeira ceia ocorreu de forma invertida? Sabemos, liturgicamente, que na Ceia do Senhor celebramos a nossa fome de Deus. O cristão é chamado a vir à mesa e alimentar-se de Cristo para que, alimentado do Cristo, alimente o mundo. No entanto em Belém, Deus mesmo é que sente fome e sede de humanidade. Ele sente-se necessitado do carinho e cuidado de José e Maria. Desta forma, o Deus Totalmente Outro esvazia-se por amor (Aos Filipenses 2.7), revelando-se o Deus Totalmente no outro e ensinando-nos o caminho da solidariedade. Concluindo, no Natal aprendemos que no Cristo Jesus, nosso Senhor, a salvação do egoísmo e da indiferença é possível. Basta você aceitar essa graça: Deus tem fome de humanidade.
Oremos para que Deus nos converta ao nosso próximo tornando-nos mais humanos e à sua semelhança.
rev. Cláudio da Chaga Soares.
Cor meumtibioffero Domine prompteetsincere.
(pastor da 1ª Igreja Presbiteriana Unida de Vitória)
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